"Nossa cultura é a macumba, não a ópera. Somos um país sentimental, uma
nação sem gravata"
(Glauber Rocha)


segunda-feira, 13 de setembro de 2010

ELEIÇÕES 2010: FALTAM TRÊS SEMANAS


Editorial de Carta Maior (12/09/2010)

Serra já tentou todas as máscaras; de neo-lulista a sucessor de Alvaro Uribe no comando da direita lationamericana. Fez-se passar por vítima e depois caluniou com sofreguidão. Não parou de cair nas pesquisas mas, sobretudo, algo que os isentos comentaristas fingem não ver, a forma arestosa como faz política, encharcada de falsidade quase colegial, inspira cada vez mais repulsa, inclusive entre seus pares. Serra tem 32% de rejeição, contra 27% de apoio nos levantamentos do complacente instituto de pesquisas da família Frias, cuja aderência à campanha demotucana não é mais objeto de discussão. Serra vai receber a extrema unção política dia 3 de outubro ou em seguida, no 2º turno. O conservadorismo nativo sabe que ele é um fósforo queimado. Jamais será cogitado novamente como um líder aglutinador. A exemplo de certos colunistas e veículos porta-vozes da extrema-direita nativa, Serra sabe que perdeu o bonde da história e quer vingança. Eles já teriam disparado a bala de prata se ela existisse. Não conseguiram uma. Resta-lhes o método da saturação. Expelir diariamente acusações, calúnias, falsas denúncias, insinuações, preconceito, mentiras. Recriar o mar de lama fedorento de acusações contra o governo, contra o PT, contra Lula e contra Dilma na esperança de que, ao menos, sua derrota seja também uma derrota da democracia. Quem sabe capaz de reproduzir no país uma classe média de vocação golpista, a exemplo do que a direita conseguiu na Venezuela. Serra, os petizes da Veja e demais aliados espalhados na mídia demotucana não tem o talento de um Carlos Lacerda. Nem a coragem dos golpistas que íam às ruas apregoar a derrubada de governos. O que eles possuem de mais perigoso no momento é a consciência de que não tem mais nada a perder. Derrotados, pior que isso, desmoralizados como incompetentes entre seus próprios pares, atingiram aquele ponto em que são capazes de qualquer coisa. Faltam três semanas para as eleições. A barragem de fogo vai se intensificar. Contra o jogral da da mídia pró-Serra, o Presidente Lula terá que usar todo o peso de sua liderança junto à população para consumar a vitória das forças democráticas contra uma direita disposta a se transformar em carniça para incomodar até depois de morta.