"Nossa cultura é a macumba, não a ópera. Somos um país sentimental, uma
nação sem gravata"
(Glauber Rocha)


sábado, 25 de dezembro de 2010

MENSAGEM DO VEREADOR DR RICARDO AOS APOIADORES E APOIADORAS DO MANDATO POPULAR



Calúnia: a velha tática dos covardes

Ao longo dos seus 88 anos de história, o PCdoB sempre se pautou pela luta democrática, pela representação dos movimentos sociais e pela luta por um desenvolvimento social que abrangesse a coletividade em nosso país. Em Santa Catarina e em Florianópolis não é diferente. Contrapusemo-nos em muitos momentos a formas anti-democráticas de condução da política catarinense e a busca por uma representação política que tenha este alcance tem sido um dos focos da atuação do nosso partido na Capital.

Em especial, nestes últimos seis anos, essa busca promoveu um embate, muitas vezes fervoroso, com a política implementada pelo Prefeito da capital catarinense. Neste embate, nossos mandatos sempre encontraram apoiadores nos setores da sociedade que querem um desenvolvimento diferente daquele implantado no município.

Na Câmara de Vereadores, nestes últimos dois anos, nosso posicionamento de oposição ao governo Dario Berger encontrou aliados táticos na bancada de oposição. Sendo que, com este apoio, mantivemos nossa postura ao lado dos movimentos socias e populares, na luta pela classe trabalhadora e em busca do desenvolvimento democrático da nossa cidade, em contraposição a postura do Prefeito e sua base aliada.

Diante deste cenário, do descontentamento da cidade em relação ao governo municipal e do resultado das eleições (que não elegeu nenhum dos candidatos apoiados pelo Prefeito Dário Berger), fortaleceu-se a oposição na Câmara, que através da adesão de outros vereadores, até então da base do prefeito, construiu uma chapa para disputar a direção da Casa Legislativa.

Essa construção política encontrou contraposição na argumentação de que nós, do PCdoB, deveríamos priorizar aliança com os partidos da base de sustentação do governo federal, entendendo que este arco de alianças representa uma política mais progressista e mais alinhada com os segmentos populares. Entretanto, a nível local isso não acontece.

Diante disso, nosso partido optou por manter a coerência com a nossa postura de oposição no município. Esta chapa oposicionista conseguiu a vitória e permitiu que o PCdoB pela primeira vez ocupe a mesa diretora da Câmara, impondo uma derrota emblemática ao prefeito Dario Berger.

Esta derrota, que tem como pano de fundo a possível cassação do mandato do Prefeito com o Presidente da Câmara assumindo interinamente o cargo, enfraquece a possibilidade do prefeito da capital eleger seu sucessor.

E esta é a motivação das acusações promovidas pelo vereador João da Bega, derrotado na eleição da mesa diretora da Câmara e que encabeçava a chapa governista. O desespero de tentar uma virada de mesa ou a anulação da eleição é o que media toda esta situação.

Nós, enquanto mandato popular, combativo, representando os movimentos populares, os setores críticos da sociedade e principalmente os princípios do nosso partido não permitiremos isso. Com isso, vimos esclarecer alguns fatos em relação ao factóide criado pelo representante da base do governo municipal.

Diante da acusação do candidato derrotado a presidência da Câmara, João da Bega, de tentativa de venda do nosso voto, queremos esclarecer que:

É mentira a declaração desse vereador. Nós iremos processá-lo por calúnia e difamação.

Não existem provas para fatos que não ocorrem. Apesar disto, disponibilizei espontaneamente para a Câmara, Ministério Público e Polícia os dados do meu patrimônio e a quebra dos meus sigilos bancário, fiscal e telefônico.

Toda esta situação é uma jogada política que visa desqualificar a vitória da oposição a Dário, porque o que está em jogo é o fato de que o Presidente da Câmara assumirá a prefeitura com a provável decisão da Justiça pela cassação do mandato do Prefeito.

São evidentes as contradições do vereador João da Bega nas suas declarações.

Em seu primeiro vídeo divulgado pela imprensa, ele cita a tentativa de venda de votos. Entretanto, no dia seguinte, diz que não vai revelar os nomes, somente em um livro no final da sua carreira. E depois diz que não sabia se estava sendo testado nas negociações. No dia seguinte ao aparecimento do vídeo, nós solicitamos a investigação do caso ao atual presidente da câmara e, um dia depois, o vereador João da Bega também protocola um pedido de investigação, entretanto, não acusa ninguém, só faz menção a entrevista do prefeito Dário que cita nome de alguns vereadores. E até o momento em que faz a acusação formal, dá a impressão de estar criando falsas testemunhas para o fato citando outros vereadores e assessoria.

Se o vereador preza tanto pelo esclarecimento de irregularidades, por que não teve a mesma postura diante das nossas denúncias sobre a árvore de natal, que custou alguns milhões? Sobre a reforma da antiga Casa de Câmara e Cadeia paralisada por irregularidades ao custo de 25 milhões de reais? A necessidade de transparência do convênio da prefeitura com a AFLOV, que custa 5 milhões de reais ao ano? Ou a tentativa da prefeitura de privatizar a Zona Azul?

E o mais ridículo de tudo é que ele só veio fazer acusações após a derrota na eleição da mesa. Não as teria feito se tivesse ganho?

O nosso voto foi coerente com a postura de oposição ao governo de Dario. Manter esta postura na votação significou firmar nosso posicionamento ao lado dos movimentos sociais e setores críticos da sociedade que lutam por um desenvolvimento e uma representação política diferentes dos atuais.

Consideramos esses fatos um ataque aos nossos mandatos e ao PCdoB. Entretanto, ao longo da nossa história de lutas, os ataques nunca nos fizeram esmorecer.

Florianópolis, 23 de dezembro de 2010.


Vereador Dr. Ricardo Vieira - PCdoB