"Nossa cultura é a macumba, não a ópera. Somos um país sentimental, uma
nação sem gravata"
(Glauber Rocha)


sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Onde está o corpo? Pode ser como testemunha?


Em defesa, advogado de Bruno apelida delegados de "Neandertal", "Paquita" e "Mega hair"

Rayder Bragon
Especial para o UOL Notícias
Em Belo Horizonte

O advogado do goleiro Bruno Souza utilizou-se de apelidos pejorativos para se referir aos delegados responsáveis pelo inquérito que indiciou o goleiro Bruno Souza e mais oito pessoas pelo desaparecimento de Eliza Samudio, ex-amante do jogador. Em seu blog, o advogado postou uma suposta íntegra da defesa prévia encaminhada nesta quinta-feira (19) à juíza Marixa Fabiane, do 1º Tribunal do Júri de Contagem (MG).

No documento, Ércio Quaresma pede à Justiça que os delegados, entre outras pessoas, sejam arrolados como testemunhas em processo no qual o seu cliente e os demais figuram como réus.

Ele denominou o delegado Edson Moreira, chefe do departamento de Investigações de Minas Gerais, como “Neandertal”, e o delegado Wagner Pinto, chefe da Divisão de Crimes Contra a Vida (DCCV), de ”Mudinho”.

Para a delegada Alessandra Wilke, o advogado reservou o apelido de “Paquita”. Já para o marido dela, o também delegado Júlio Wilke, o advogado o classificou como “Galinho de Briga”. A delegada titular da delegacia de Homicídios de Contagem (MG), Ana Maria Santos, foi intitulada como “Mega hair”.

Além dos delegados, o advogado ainda listou como testemunha Eliza Samudio, desaparecida desde o dia 10 de junho deste ano, e com quem o goleiro teria tido um filho. Segundo a investigação, ela teria sido morta pelo ex-policial Marcos Aparecidos dos Santos, conhecido como Bola, em Vespasiano (na região metropolitana de Belo Horizonte).

A defesa também relacionou o adolescente J., primo do jogador condenado pela Vara da Infância e Juventude de Contagem a cumprir medida socioeducativa por tempo indeterminado sob acusação de homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado. Atualmente, ele está acautelado no CEIP (Centro Internação Provisória) São Benedito, na capital mineira.

No documento, Quaresma voltou a pedir a transferência do caso para a comarca de Vespasiano.

Por sua vez, o advogado Zanone Júnior, defensor de Marcos Aparecido dos Santos, elencou 19 pessoas na defesa prévia feita para o cliente. Ele disse também que vai usar o resultado das contraprovas, a cargo do perito alagoano George Sanguinetti, que deverão ficar prontas na semana que vem. O médico-legista, que fez um laudo paralelo no caso Isabella Nardoni, foi indicado como assistente-técnico da defesa. Sanguinetti esteve em Minas Gerais no último fim de semana e colheu material na casa do ex-policial.

“Semana que vem, os exames vão ficar prontos e eu vou conversar pessoalmente com ele para discutirmos o resultado. Aqui, ou em Alagoas”, disse Júnior.

O advogado de Sérgio Rosa Sales, primo de Bruno, não apresentou testemunhas por afirmou que seu próprio cliente “é somente uma testemunha” no caso.

A reportagem do UOL Notícias tentou entrar em contato com Quaresma, mas o celular dele permanece desligado desde ontem.

A assessoria da Polícia Civil de Minas Gerais informou que os delegados não vão se manifestar sobre as afirmações do advogado.

Denúncia
A Justiça aceitou denúncia do Ministério Público contra Bruno e mais sete pessoas por quatro crimes: homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado, ocultação de cadáver e corrupção de menor. Já Marcos Aparecido dos Santos foi denunciado pelo MP por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. A Justiça decretou a prisão preventiva dos acusados. Todos negam envolvimento no crime.

Além de Bruno, estão detidos na penitenciária de segurança máxima Nelson Hungria, em Contagem, Luiz Henrique Romão (Macarrão, amigo do goleiro), Marcos Aparecido dos Santos, Elenílson Vítor da Silva, caseiro do goleiro, e os amigos Flávio Caetano de Araújo e Wemerson Marques de Souza (o Coxinha).

A mulher do goleiro, Dayanne Souza, e a suposta amante do atleta, Fernanda Castro, estão presas na penitenciária Estevão Pinto, e Sérgio Rosa Sales (o Camelo), primo do jogador, permanece no Ceresp (Centro de Remanejamento do Sistema Prisional) São Cristóvão, anexo ao Departamento de Investigações, em Belo Horizonte.

Um comentário:

  1. Oi, Matheus! Gostei do blog! Vou passar por aqui sempre que puder. bjooooooo, Crishna

    ResponderExcluir